- 7 de julho de 2021
- Publicado por: mhlog
- Categoria: A MHLog

Quando o assunto é embalagem, embora pareça simples, há muito o que se falar. Além da função de proteger a mercadoria, as embalagens influenciam diretamente em outros fatores.
São eles:
- Carregar informações necessárias para a execução de etapas do processo logístico;
- Permitir melhor movimentação e acomodação das cargas no armazém e dentro dos veículos;
- Ter maior controle dos custos de frete – embalagens adequadas, preços mais justos;
- Encantar e agradar o cliente final.
Para atender a esses requisitos, não pode haver erros na embalagem. Material, tamanho, design das embalagens. São vários fatores variantes para a escolha da embalagem correta.
Por isso, essa deve ser uma tarefa executada de forma estratégica. Ir além do foco na proteção.
Mas, para isso, é preciso conhecimento acerca dos tipos de embalagens mais usadas.
Categorias de embalagens
Primária
São as embalagens em contato direto com o produto. Podem ser plásticos, vidros, alumínio etc.
Nela contém a identificação do produto, marca, informações importantes e normas técnicas. Permite que itens possam ser vendidos unitariamente.
Por exemplo, uma caixa de sabão em pó.
Secundária
É uma embalagem maior que acomoda a embalagem primária. Envolve uma determinada quantidade do produto. Podem ser de papel, papelão, plástico etc.
Por exemplo, um kit contendo 3 caixas unitárias de sabão em pó.
Terciária
É o que agrupa várias embalagens secundárias. Comumente, são as caixas de papelão, que podem ser usadas no transporte e também para ofertar mais que uma unidade ao consumidor final.
Por exemplo, uma grande caixa contendo 10 kits de sabão em pó.
Quaternária
É o que agrega um grande número de terciárias. Falamos que o uso dessas embalagens gera unidades de carga – uma carga bem grande, contendo cargas menores de mercadorias.
São os paletes, utilizados para a movimentação das cargas. Eles podem ser de madeira ou plástico, depende do que for ser carregado neles.
Ainda tem as embalagens chamadas de quinto nível. Que são as melhores para transportes de longa distância e entre modais diferentes, como os contêineres.
Importante mencionar que todas as embalagens com finalidade de transporte, independentemente do veículo utilizado, precisam ser homologadas pelo Inmetro, que garante a boa resistência delas.
Agora, que você já sabe que existe uma categoria de embalagem para cada finalidade, vamos aos materiais.
Materiais para embalagens
Papelão
Papéis e papelão são os materiais mais usados para embalagens, pois podem tem diversos formatos, tamanhos e composição.
Embora seja indicado para cargas secas, também há alternativas de papelão resistente a um certo nível de umidade.
Plástico
Também um dos mais usados, mas pela sua versatilidade em se moldar a formatos distintos. Também tem composições diferentes, tendo cada tipo uma indicação de uso.
Bastante usado para unificar mercadorias pequenas e envolver delicados, como livros.
Porém, levando em conta a sustentabilidade, se usar plástico, busque alternativas menos prejudiciais ao meio ambiente.
Isopor
Outro material muito útil para o transporte de mercadorias. Pode ser de diferentes formatos, envolver de maneira firme produtos delicados ou servir como enchimento – para o item não “dançar” dentro da embalagem.
Em mercadorias refrigeradas, o seu uso é indispensável por manter a temperatura.
É leve e não se deteriora fácil e aí que está o seu problema. Do ponto de vista sustentável, o isopor não é viável. Pois, sua reciclagem é difícil, consequentemente cara, e leva muitos anos para se decompor na natureza.
Madeira
Pode ser caixas, caixotes, paletes, diversos formatos são possíveis. É indicado para carregar cargas pesadas ou em bastante quantidade.
É resistente, porém algumas madeiras não aguentam tanto a umidade e mudanças de temperatura.
Vidro
Esse material é mais utilizado como embalagem primária ou secundária, principalmente para produtos que precisam ter seu conteúdo exposto, como perfumes e alimentos em conserva.
Embora seja frágil, agrega valor ao produto perante o consumidor, por ser um material bonito.
Quer dizer, bonito se chegar inteiro nas mãos do comprador. Então, quando se trata de embalagem de vidro, a embalagem para transporte precisa ser caprichada.
Alumínio
Outro material nada sustentável, mas que tem suas funções particulares. Geralmente é usado para produtos que não precisam ter o seu conteúdo exposto, mas necessitam de uma conservação maior.
O alumínio tem grande poder de conservação. Por isso é muito usado em medicamentos e alimentos, como pomadas e latas de achocolatado.
Aço
O aço é uma embalagem para transporte de cargas pesadas e nada delicadas. Podem em formatos modulares, que facilita a movimentação das mercadorias.
Ainda, tem as embalagens que combinam dois ou mais materiais a fim de aumentar a capacidade de conservação do produto, como os pacotes de salgadinho.
Sabendo dos principais materiais utilizados e suas particularidades, vamos ao ponto: escolher a embalagem correta.
O que considerar ao escolher a embalagem
Nesta parte, ter uma visão ampla do produto e do processo por qual ele irá passar é crucial.
Para simplificar, responda algumas perguntas fundamentais que guiarão a decisão.
Sobre o produto
- Quais as características do produto? Ele é sólido, líquido, gasoso?
- Quais as dimensões e peso do produto?
- Exige controle de temperatura?
- Em relação à umidade, como ele se comporta?
- Quão frágil é? (liste todas as possíveis avarias: riscos, amassados, quebras, manchas etc.)
- Ele é perecível?
- Há algum grau de periculosidade no produto? (lista todos os riscos: incêndio, contaminação, explosão etc.)
- Qual o valor do produto?
Sobre o processo de embalar e transporte
- O produto necessita de quais categorias de embalagens?
- O processo de embalar será manual ou automático?
- Qual o tempo máximo de armazenamento do produto?
- Qual a capacidade de empilhamento do produto?
- Há alguma restrição quanto ao tipo de veículo de transporte? (pense em como o movimento durante o transporte pode afetar o produto, mesmo na embalagem. Por exemplo, vibrações ou solavancos).
- Há legislação ou normas técnicas que regem o transporte do tipo de produto?
Impacto das embalagens
- As embalagens terão logística reversa? Será para reciclagem, reaproveitamento, doação?
- Qual o impacto ambiental que as embalagens causarão?
- Em relação ao impacto no consumidor, as embalagens precisam captar a atenção das pessoas em meio a prateleiras?
- As embalagens de transporte terão personalização?
Respondendo essas questões você já terá ideia da melhor opção de embalagem.
Meio Ambiente
A responsabilidade pelas embalagens não acaba com a entrega concluída. A empresa deve ter medidas para que as embalagens dos produtos tenham uma destinação correta pós-consumo.
Isso foi instituído pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Lei sancionada em 2010 que atribuiu a logística reversa para descarte correto das embalagens que circulam no mercado.
Como funciona a Logística Reversa
Ao escolher as embalagens é preciso também definir um plano para a logística reversa e isso pode ser feito de várias formas.
- Clientes podem trocar as embalagens vazias por produtos novos nas lojas físicas;
- Espalhar pontos de coleta pelas regiões com mais clientes;
- Parcerias com pequenas cooperativas de reciclagem;
- Reutilizar os resíduos na cadeia de produção;
- Fazer a compensação ambiental.
Grandes empresas possuem estruturas para uma logística reversa das embalagens mais completa. Como a HP que realiza a coleta de cartuchos velhos, sem custo para o cliente. Isso demanda investimento na operação logística.
Sabemos que a realidade de muitos não permite grandes ações. Mas, o mínimo que possa ser feito, como nas parcerias com cooperativas, já é de grande valia ao meio ambiente – além de ficar em conformidade com a legislação.
A compensação ambiental também é de fácil acesso a empresas que não possuem operação logística para dar conta do tratamento dos resíduos. Na Eu Reciclo você pode saber melhor como funciona.
No Paraná, em junho deste ano, foi promulgada a Lei Estadual nº20.607 para instituir que empresas pratiquem a logística reversa de seus resíduos.
As empresas dos segmentos contidos no PNRS que comercializam produtos com embalagens em papelão, papel, longa vida, plástico, vidro e metal terão que implementar e comprovar ações de logística reversa. O não atendimento às regulamentações da Lei barrará a obtenção ou renovação de licenças ambientais no estado.
Isso não significa que outros segmentos não sejam cobrados pela prática e que isso não vire lei em outros locais pelo Brasil. Leia sobre a Lei Estadual aqui.
O objetivo deve ser alinhar a escolha da embalagem com a operação logística e ao tipo de transporte a ser utilizado.
Negligenciar qualquer detalhe pode gerar grandes perdas e prejuízos. Basicamente, a embalagem precisa rigorosamente:
- Aproveitar o espaço na armazenagem e facilitar a movimentação das mercadorias
- Facilitar as etapas de picking e packing
- Proteger adequadamente – não serem nem justas demais, nem largas demais
- Ser homologadas
- Ter boa aparência ao chegar nas mãos do destinatário
Nunca esqueça, as embalagens são parte estratégica do negócio e precisam ser bem pensadas.